Já vou dizendo, 48 horas é tempo demais nessa cidade se você não programar uns passeios no deserto, eu não programei, então achei que fiquei tempo demais.
Essa foi minha primeira experiência num país árabe/ mulçumano, confesso que estava bem apreensiva, mas foi bem mais sossegado do que imaginei.
Na verdade eu não escolhi Doha, eu escolhi a Qatar que foi a companhia aérea mais barata para voar para Cingapura, parei 2 dias em Doha por um erro meu, devia ter escolhido ficar só 1 dia.
Cheguei em Doha umas 23h do dia 24/01, depois de translado do avião até a fila da imigração e translado para o hotel, cheguei mesmo na cidade já era mesmo dia 25. Meu voo para Cingapura foi nas primeiras horas do dia 27/01. Foram quase que 48 horas exatas.
Acordei na sexta, tomei café e fui tentar passear, mas a recepcionista do hotel, pra quem perguntei sobre como chegar nos lugares, me alertou que na sexta a maioria das coisas só abrem depois do meio-dia. Eu tava morrendo de sono, fui dormir mais um pouco…
Lá pelas 13h30 resolvi ir no Museu de Arte Islâmica (eu já tinha visto no site que na sexta abre depois das 14h) como cheguei antes do museu abrir fiquei passeando no parque ao lado que eles chamam de Corniche, é bem gostoso de caminhar e a vista bem agradável. Nessa época do ano a temperatura é super gostosa e tem uma brisa fresca, se fosse em outro período, nesse horário acho que seria impossível fazer esse passeio.
O Museu é bem bonito e as obras bem interessantes, a entrada é grátis assim como o aparelho de audio que eles emprestam.
Almocei no Museu uma salada de lentilha com ovo e um suco de maçã. Preço: 39 rials (o dinheiro do Qatar).
Terminei minha visita no museu e continuei passeando, fui em direção ao Centro de Cultura Islâmica e o Souq Waqif (o mercado mais famoso da cidade). É bem perto, é tranquilo de caminhar até lá.
O Souq Waqif é o lugar mais legal que eu fui em Doha, cheguei lá já no início da noite e é sensacional passear por lá, é aquele mercado árabe típico, só que limpinho e até que bem arrumado, dizem que ele tá sendo todo modernizado. Você vai encontrar a área de tecidos, de comida, de material de construção, de animais (falcões, cavalos, aves, camelos), achei que fosse me perder lá, mas não sei se eu tenho um bom senso de direção e em nenhum momento perdi muito a noção de onde estava lá dentro. Uma das partes de comida ficam umas mulheres vendendo comidas caseiras, eu comi um tipo de panqueca salgada (3 rials), me lembrou muito a massa da ataifa (um doce árabe, sírio, turco, não sei ao certo) que sempre como quando vou na 25 de março.
A “panqueca” que eu comi sendo feita.
As outras comidas típicas sendo vendidas.
No dia seguinte não sabia muito bem o que fazer, optei por dar uma olhada no mercado de novo (viu como eu gostei?) de dia eu ainda vi o mercado de aves que não tinha encontrado a noite. E depois resolvi ir no Villaggio, um shopping que tem a imitação de um canal de Veneza dentro dele. É meio Las Vegas, eu sei, mas achei que seria interessante e menos cansativo (eu ainda tava com os horários meio torto), é interessante, mas me senti nos EUA dentro daquele shopping, se não fosse é claro só os árabes todos vestidos com suas roupas típicas e “umas iguais as outras” passeando por lá.
Impressões gerais sobre Doha:
- Eu achava que por estar sozinha teria algum problema no mercado ou na rua. Que nada, foi super sossegado, os únicos me encaravam e ficavam me medindo eram os indianos, era bem desagradável por que eles até viravam o rosto para ficar olhando para trás.
- Para mim os árabes andam todos uniformizados, são pouquíssimas as variações de roupas entre eles. As mulheres sempre de preto, algumas com o véu cobrindo tudo, as outras divididas entre mostrando o rosto ou só os olhos. Os homens sempre de branco e só variando a cor do turbante, todo branco ou com uma estampa vermelha, vi para vender esse estampado na cor azul também, mas não vi ninguém usando.
- São poucas as mulheres andando sozinhas, a maioria ou está acompanhada pela família ou com várias mulheres.
- Achei a comida salgada (com muito sal mesmo) no geral e por conta dos 1001 cheiros no mercado não tive vontade de comer nada além da “panqueca” que falei ali em cima.
- Não achei as coisas caras, na verdade elas são caras sim, mas comparadas com o Brasil estão num preço bem parecido, é o Brasil que anda caro demais.
- Fiquei no Hotel Musherib, próximo post deverá ser uma resenha. Não fui ver ainda o preço dos hoteis dentro do Souq Waqif, mas acho que seria bem legal ficar lá, acho que deve ser como ficar hospedado nos hoteis da Disney! hehehe
- O Qatar é um país estranho, a maioria das pessoas não são de lá, é um país de indianos, filipinos, nepaleses. E me pareceu que não tem uma identidade muito forte com a qual todos se identificam, pra começar você identifica bem cada nacionalidade pelas roupas que eles vestem.
- Me senti enganda pelos taxistas o tempo todo. Quando cheguei um cara no saguão me perguntou se eu queria taxi, eu disse que sim, como no Brasil, achei que ele fosse me levar até o taxi na porta ou algo assim, mas não! Ele me levou até o carro particular dele e me levou para o hotel, na hora lógico que fiquei tensa, mas acreditei que no me li e disseram que o Qatar era um país seguro, o assalto foi mesmo na hora de pagar: 60 rials, na volta eu pedi um táxi no hotel e foi 30! As outras corridas de táxi que fiz sempre deram por volta de 25 rials, na primeira vez foi ingenuidade minha que não pedi pro taxista ligar o taxímetro, mas da outra vez o taxista era uma anta, não sabia para onde estava indo, quase bateu o carro e ainda não acreditava em mim qdo eu dizia que nome do hotel (ele falava que aquele era o bairro, não o hotel), no fim depois de várias voltas desncessárias eu tive que ir indicando como chegar no hotel para o taxista (pasmem!), achei que ao menos ele ia me dar um desconto, que nada, ele ainda teve a cara-de-pau de me arredondar a corrida em 0.75 centavos e me cobrar! Fiquei bem brava paguei e falei q ele não merecia que ele tinha que aprender a dirigir naquela cidade e o cara ainda me olhou com indignação!
Eu sei que vai ter gente que vai falar que todos meus comentários estão cheio de preconceitos e generalizações, calma gente, isso tudo são só impressões, realmente 48 horas num lugar não nos permite ter uma imagem real do que é um país e suas pessoas.
Um pouco do Brasil no Qatar